Antônio Falcão, Coordenador estadual do Projeto de Incentivo à Leitura
(Proler/Ce). A partir de 1981, saiu pelo Brasil afora, participando de
conferências, palestras e outros eventos tentando despertar nas
crianças, jovens e adultos o interesse pela leitura. Reside atualmente
na Rua Amaro Cavalcante, 25 (Monte Castelo), e mesmo com o peso da
idade, e enfrentando problemas de saúde, está sempre em busca de
soluções para combater o analfabetismo, que, segundo ele, é o maior
problema enfrentado pelo Brasil em todos os tempos, fazendo com que
nosso povo fique cada vez mais alienado, colocando o futebol, carnaval,
novelas e outras diversões irrelevantes acima da leitura.
“Já
percorri o país inteiro, de casa em casa, de rua em rua, de bairro em
bairro, mostrando a todos os brasileiros a importância da leitura para o
crescimento sócio-intelectual de qualquer ser humano. Já estive com
governadores, ministros, secretários, senadores, deputados, prefeitos,
vereadores e outras autoridades, notadamente àquelas ligadas à Educação,
mostrando o que pode ser feito para erradicar o analfabetismo cultural
do solo brasileiro, mas elas fazem de conta que não ouvem. Já tirei
muito dinheiro do bolso, enviando milhares de correspondências para
órgãos de imprensa, entidades públicas e privadas, buscando apoio para a
campanha em prol da leitura, mas as respostas sempre foram
desanimadoras”, afirma seu Falcão.
Para
ele, a situação está ficando cada vez pior porque o Brasil não cumpriu a
promessa, feita num fórum promovido entre vários países em 1990, de
erradicar o analfabetismo até o ano 2000. “Ora, já estamos entrando em
2013 e está é longe de essa promessa ser cumprida. Nossas autoridades
deviam pelo menos se esforçar para que isso fosse uma realidade em 2022,
quando estaremos comemorando os 200 anos da independência deste país.
Poderiam abrir mais bibliotecas e chamar o povo para frequentá-las com
mais assiduidade; poderiam aproveitar os milhões de desempregados que
temos e transformá-los em vendedores de livros, gerando empregos,
estimulando a produção das editoras, o comércio e, acima de tudo,
aproximando as pessoas da leitura. Enfim, tem uma série de coisas que
poderiam ser feitas, mas eles preferem lançar projetos mais na base do
“faz de conta”, para insinuar que estão fazendo alguma coisa neste
sentido. A prioridade deles é fazer festa, ainda mais com patrocínio
oficial de empresas que vendem bebidas alcoólicas.”
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