segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ser Pai é ser Especial todos os dias na vida dos seus filhos...

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.

É que as crianças crescem.
Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença.
Crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.
Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente.

Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade
que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.
Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu?
Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele?
Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços,
amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?

Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil.
E passam-se os tempos, de festinhas de aniversários,
o primeiro uniforme do maternal, os patins, as mochilas desconfortaveis.
Elas de cabelos longos, nós, com cabelos esbranquiçando
Um dia não precisamos mais pega-las na casa das amiguinhas e nem na aula.
Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas
Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer
para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância.

Por último a sensação de culpa:
Não as levamos suficientemente à pracinha,
não lhes compramos tudo o que gostaríamos de ter comprado.
Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto.
Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.

E aí chega o momento que só nos resta ficar de longe,
torcendo e rezando muito para que elas acertem nas escolhas.
E que as conquistem do modo mais completo possível.

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